Erro de Ser

Poemas escritos sem qualquer tipo de matemática tornam-se assim num desígnio incorrecto, fazendo com que haja uma prova dos nove que não aspira à palavra procurada.
Pesquisa indefinida se não encontras o teu ser dentro de ti. Não reconheces a alma que faz com que te movimentes perante um propósito. Interior desorganizado onde os sentimentos se misturam com as dores e quereres! Mas na verdade tu não queres!
São estímulos que te mexem nas lembranças e pensamentos, divergindo em acções não concretas ao que tu chamarás impulsos, quando sobre eles reflectires. Malditos sejam, pois me fizeram errar.
Errar é humano, já alguém mais sábio o dizia. Mas porque foi esta sentença criada?!
Erro porque quero! Isso faz de mim mais humano e nobre?! Ou apenas mais incapacitado, por não conseguir seguir os passos correctos?!
Dou um passo. De certo não penso que está errado. Apercebo-me mais tarde, e talvez até tarde demais. O mal foi fomentado. E o bem?
Pensas sempre que o bem está implícito nas atitudes tomadas, só ao ver chegar o fim sem qualquer propósito te apercebes que o bem foi mal feito! É algo antagónico!
Não adianta reflectir se é bom, mau ou mesmo assim-assim. Necessita de ser feito.
Estás envolto em gestos e atitudes que te mostram, expõem-te a quem te queres dar. A tua apresentação é feita através dos mesmos.
Não é recompensa mostrar-te quem sou, não sou digna de tem tu és. Mesmo assim sorris.


27 de Dezembro 2008

Ciclo Sem Sentido

Gritar é lutar sem sofrer.
É apenas fazer com que saibas que eu estou lá, mostrar que tenho ideais.
Não quero ser superior com o meu tom esganiçado que te faz querer calar-me. Quero marcar presença.
Se grito jamais poderei fugir, saberás onde me encontrar. Porque falo em fugir se quero ficar?!
Porquê ficar sem gritar?
Assim apenas me sentirás. Sentes?
Sinto que quero ficar e marcar. Estar e não mexer. Respirar e sentir.
Abro os olhos. Vou agora falar.
O tom é diferente, marca outra posição. Postura mais calma e até quem sabe deveras engraçada.
Tem piada...começamos a discutir. Esboço então um sorriso. Estranha forma de sorrir.
Será real?
Fizeste com que fosse para além do real, é sincera. Parece-te falso! Não o posso negar, não sou boa em disfarces.
Ou talvez, quem sabe, sou melhor do que penso ser.
Tem doído. Finjo ser apenas uma ligeiro impulso de dor. Não o vou deixar permanecer.
Ele permanece. Resta disfarça-lo e mostrar o sorriso não real.
Choro lacrimejando. Contradigo-me! É bom demais para ser verdade. Mantém! Verdade? Não me iludo. Mantenho a interrogação da palavra será.
Elas caem-me pelo rosto, refrescam-me o olhar. Mas já não gritávamos, nem discutíamos. São eternas, sempre presentes quando mais preciso delas.
Defendem-me! Com ou sem sorriso, com ou sem riso. Protegem-me da marcação de posição de outrem, mas quem? Quem quererá esganiçar-se comigo?
Espero que ninguém.
Procuro silêncio. Chiuuuu. Vamos desfrutar.
Algo me diz que não estou só. Sentimento tão apreciado. Rodeiam-me! Agradável saber que aí estão e ficarão.
Vão ficar não vão?! Parem! Fiquem onde vos possa ver.
Já eu permaneço. Não saio, não mexo, não quero, não penso, não grito, não falo, não vejo, não rio, não sorrio, não choro.
Aguardo. Fico e sinto.


03 de Setembro 2008

Impessoal

Ri, chorei, gritei, mas não obtive nada. Não reparaste!

Foi pena, hoje eras feliz. Eu ia-te fazer rir tanto. Prender-te no gesto, no terno olhar que outrora te seduziu! Mas todos os planos em vão…

Tiveste, rejeitaste, virastes as costas e partimos os dois. Os nossos caminhos fizeram com que te voltasse a observar, sentir-te e não te poder tocar.

Sou sempre surpresa com o teu chegar, mesmo após o nosso olhar se cruzar. Quero manter a serenidade, quero que me sejas indiferente, mas tal não é possível, estejas perto ou longe. Estares distante não altera nada, se te quero sempre.

“Duvidas? Nunca!” É um conceito tão relativo, se eu sei o que sinto, mas não sei se é recíproco. Mostra-me o quanto e o que me queres. Faz-me querer e confiar. Sei que não sou a única a gostar imenso que esta pequena indiferença exista, tudo por uma separação. Lugares que influenciam as atitudes, pois não se pode mostrar e muito menos revelar tudo. Palavras confusas e convincentes, dão-me tudo e não me dão nada se não as vejo quando as tento desvendar. Faz algo para mas mostrares.

Um olhar, um sorriso, uma inevitável vontade de terminar. Chegar ao prometido. Entre tantas conversas, propostas e ofertas, resta-me um desejar, um desesperar. Sentimentos saltitam, pululam, num mar de emoções.

Faz disto um tudo, retira o nada. Refaz os dois, fabrica um só. Especial não, único. Reconforta, retribuirei. Partilha e receberás. Oferece, eu dou. Deseja-me enquanto puderes, abandona-me quando já não me quiseres.

Sabe bem. Pensamentos que prendem e deixam voar!


14 de Fevereiro 2008