Escuridão sem Luz

Por vezes a luz apaga-se. Restam-te os sentidos. Valoriza-os.
Percorres caminhos desconhecidos, mas tão profundos e intensificam-se com o percurso desconhecido.
Não tinhas o destino trilhado. És obrigado a percorre-lo às cegas. Assustador e ténue. Estranho, mas desejado.
Continuas e decerto te apercebes que há algo estranho e não tens como remediá-lo. É mais forte que tu e queres manter essa incerteza. Fazes com que o tempo permaneça instável para continuares o caminho que te foi imposto.
Encontras-te com o saber de querer mais. Não paras de desejar, ansiar e recear.
Tenho-te nas palmas das minhas mãos, e nem sei como te capturei. Encontrei-te durante o percorrer do teu corpo, através dos instintos e sentidos. Ainda não te conheço, mas já reconheço o teu toque.
Leve e subtil. Não pares o acariciar. Elimina os pensamentos sombrios do pretérito . Declara-te meu neste fado. Não deixes que a guitarra pare de tocar.
Leve dedilhar que fascina. Melodiosas palavras que trazem saudade. Sentimento mais puro.
Danço ao ritmo do teu batimento cardíaco. Acelerado por lá me encontrar. Tenho de te acompanhar, jamais te deixar para trás.
Prendo-te e recuso-me a soltar um suspiro por ti. Poderia perder-te se declara-se ao mundo que és meu. E se existe ‘outro alguém’ que também anda perdido neste escuro?!
Nega a ida a quem te quer levar. Recorda o toque que te arrepia e te dá o prazer da minha presença.
Prazer faminto. Quero sempre mais. Um gostar maior.
Terminaria de forma perfeita, se usasse o cliché: “ E a luz reacendeu e não passava de um sonho!”.
Prefiro o meu cliché. Sei que é com o apagar da luz que te tenho. Estás lá. És real. És meu.

5 de Fevereiro 2009

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