Ser tudo e nada

Uma mão cheia de tudo e logo outra cheia de nada, ou melhor, completamente vazia.
É como ter o passado e o presente a colidirem com a incerteza do futuro.
Sei bem o que me/te vou fazer, mas ainda assim gosto de pensar que esse futuro para ti não existe. É o teu fim na verdade. Uma mera vingança para comigo mesma.
Gosto de pensar que terás o futuro risonho, em que juntos partilhamos pequenos momentos prazeirosos. Em que a nossa relação cresce, evolui, melhora, tornando-se assim mais-que-perfeita.
Citação: “A perfeição não existe.”. Nem eu a ambiciono.
Ambiciono agora apagar memórias, ainda que boas, desta mente, que em nada é brilhante.
Memórias que trazem pensamentos, pensamentos que trazem preocupações, preocupações que trarão dores, dores que criarão angústias, angústias que custarão a passar. Passagem de vida que será eternizada e gravada para nós como uma fase sempre nossa. Ainda que jamais te lembrarás.
Pequeno castigo, mas muito severo. Nunca foi fácil perder quem aprendemos a amar.
Podia apenas fazer com que desaparecesses mais tarde. Era possível, mas pouco provável. Se desapareceres já, não me magoas mais. Ou magoarás para sempre?!
Certo e sabido é que com facilidade virá outro igual a ti. Com outras características, porque ninguém é feito da mesma forma. Mas vem para te substituir.
Será que vou ficar tão contente, como fiquei ‘hoje’? Não sei, ninguém o sabe. É a velha história do futuro.
‘Hoje’ o coração ainda bate, com bastante força até. Capaz de se fazer ouvir, com pequenos ruídos de fundo a interferirem, mas ainda existimos os dois.
No futuro, talvez seja só eu a seguir esse ritmo, com isso vou-me libertar de ti, e tentar de novo ser feliz.

28 de Janeiro 2010, 02h 04.